De todos os conceitos da filosofia estóica, “indiferente” é o que causa mais confusão e dúvida. Marco Aurélio, Sêneca e Epiteto cada um nos diz que o estoico é indiferente às coisas externas, indiferente à riqueza, indiferente à dor, indiferente ao lucro, indiferente à esperança, sonhos e tudo mais. A primeira vista começa a parecer que um estoico não se importa com nada. Mas isso é uma interpretação enganosa.
O entendimento correto é outro. Devemos saber valorizar e aproveitar as coisas boas, porém sempre entendendo que coisas não importam. Sêneca, dizia que é melhor ser rico do que pobre, alto do que baixo, saudável do que doente. Mas essas coisas não são fundamentais. São “indiferentes preferidos“. O ponto é ser forte o suficiente para que não haja necessidade de precisar de coisas em uma direção particular. Devemos ser indiferentes quanto as cartas que o destino nos dá .
Os estoicos diferenciam coisas como “boas“, “más” e “indiferentes“.
As coisas boas incluem as virtudes cardeais sabedoria, justiça, coragem e autodisciplina. As coisas ruins incluem os opostos dessas virtudes, a saber, os quatro vício: ignorância, injustiça, covardia e indulgência.
As coisas indiferentes incluem todo o resto. Estão externas.
Agora, o que mais impressiona é o fato de que as coisas tidas como indiferentes pelo estoicismo são exatamente o que as pessoas hoje em dia julgam como boas ou más. No entanto, essas coisas indiferentes não ajudam nem prejudicam nosso desenvolvimento. Elas não desempenham um papel necessário à Vida Feliz.
Temos a capacidade de sermos bons e felizes de qualquer maneira, em qualquer circunstância.