Resenha: Meditações, Livro VI

O livro VI começa com um exemplo da atitude estoica de perseverança:

“Que não faça diferença para você se está frio ou quente, se está cumprindo seu dever; e se está sonolento ou saciado de sono; e se foi mal falado ou louvado; e se está morrendo ou fazendo outra coisa. Pois é um dos atos da vida, este ato pelo qual morremos; é suficiente então neste ato também fazer bem o que temos em mãos.”(VI,2)

No parágrafo 18 ele novamente alerta contra perseguir a fama, um de seus temas recorrentes:

“Como estranhamente os homens agem. Eles não louvarão aqueles que vivem ao mesmo tempo e vivem consigo mesmos, mas para serem elogiados pela posteridade, por aqueles que nunca viram ou jamais verão, isso eles valorizam muito”. (VI,18)

No 21  há outra frase esplêndida, esta sobre a racionalidade de mudar de ideia quando necessário:

Se alguém for capaz de me convencer e me mostrar que não penso nem ajo corretamente, de bom grado mudarei, pois busco a verdade, pela qual nenhum homem jamais foi ferido. Mas aquele que permanece no seu erro e na sua ignorância é ferido.” (VI,21)

Uma das discussões em curso entre os estoicos modernos é até que ponto se deve aceitar a providência divina e uma visão teleológica do universo, que era certamente popular entre os estoicos antigos. Marco Aurélio frequentemente expressa uma atitude que hoje poderíamos chamar de agnóstica, implicando ou mesmo afirmando diretamente que não importa se alguém acredita na providência divina (para os estoicos Deus era a própria natureza) ou em apenas átomos e caos (a visão epicureana). Aqui está uma dessas passagens:

“Alexandre o macedônio e seu noivo por morte foram levados ao mesmo estado; pois ou foram recebidos nos mesmos princípios seminais do universo, ou foram igualmente dispersos entre os átomos”. (VI, 24)

Dois conceitos estoicos importantes são abordados: a perspectiva das coisas e o cosmopolitismo estoico:

“Ásia, Europa, são cantos do universo; todo o mar uma gota no universo; Athos um pequeno torrão do universo: todo o tempo presente é um ponto na eternidade.” (VI,36)

“meu país, enquanto Antonino, é Roma; mas enquanto homem, é o mundo”.(VI,44)

No livro Marco faz referências a textos de Cícero e Plutarco


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