Não é que tenhamos um curto espaço de tempo, mas que desperdiçamos muito dele. A vida é longa o suficiente, e foi dada em medida suficientemente generosa para permitir a realização das maiores coisas, se a totalidade dela estiver bem investida. Mas quando é desperdiçada em luxo e descuido, quando é dedicada um fim inútil, forçada, finalmente, pela necessidade final, percebemos que já passou antes que estivéssemos conscientes de que estava passando. Assim é – a vida que recebemos não é curta, mas nós a assim fazemos, nem somos dela carentes, mas esbanjadores. Assim como a riqueza grandiosa é esbanjada no momento em que chega às mãos de um mau dono, já a riqueza, por mais limitada que seja, quando confiada a um bom guardião, aumenta, assim também a vida é amplamente longa para aquele que sabe dela bem dispor. (Sêneca – Sobre a Brevidade da Vida-1 )
(Imagem Morte de Cesar por Vincenzo Camuccini)