Pensamento #56: Seja previdente, mas não entre em pânico.

Como citamos anteriormente, durante o governo de Marco Aurélio ocorreu a Peste Antonina que devastou o Império Romano, causando a morte de cinco milhões de pessoas.

Lidar com o medo da morte é tema recorrente das Meditações. A peste também é citada, como neste trecho, em que o imperador condena atitudes irracionais:

“corrupção da mente é uma doença muito mais grave do que qualquer peste equiparável no ar que nos cerca.  Pois esta corrupção é uma peste animal tanto quanto eles são animais; mas a outra é uma peste de homens tanto quanto eles são homens.”

Livro IX, 2

Todo o terceiro parágrafo aborda a atitude esperada diante da morte: Não ser descuidado, mas não temer.

Não despreze a morte, mas fique em paz com ela, pois esta também é uma daquelas coisas que a natureza quer. Pois tal como é ser jovem e envelhecer, e crescer e alcançar a maturidade, e ter dentes, barba e cabelos brancos, e conceber e estar grávida e procriar, e todas as outras operações naturais que as estações da sua vida trazem, tal também é a dissolução. Isto, portanto, é consistente com o caráter de um homem que reflete – não ser descuidado, nem impaciente, nem desdenhoso em relação à morte, mas esperar por ela como uma das operações da natureza. Como agora espera o momento em que a criança sairá do ventre de sua esposa, assim esteja pronto para o momento em que sua alma sair deste envelope.  (Livro IX, 3)


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